Cultura Afro-Brasileira

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A contribuição do rap “Você é você”, do Grupo Realidade Negra do Quilombo do Campinho da Independência, como proposta de ordenação da hybris no compasso do jovem contemporâneo.

Eixo 3. O trabalho apresenta alguns aspectos da hybris jovem partindo de uma reflexão sobre o rap quilombola “Você é Você” para compreendermos aspectos das subjetividades jovens. Entretanto, a intenção aqui não é de psicologizar a sala de aula, o aluno e a escola. Podemos entender em Souza (2012), que a compreensão equivocada da psicanálise até contribuiu para este estado de coisas – esta dificuldade da escola e do professor se situarem e acabarem convergindo a si as maiores contradições da sociedade. O artigo destaca três níveis de subjetividades, compreendidas como facetas do plano intermediário das particularidades: 1) a subjetividade jovem, marcada pelo período de metamorfose impulsionado pela puberdade; 2) a subjetividade negra, marcada pelo histórico de negação, exclusão, preconceito e racismo; e a 3) subjetividade cultural, que pode permitir a integração da fluidez e fragmentação jovem, além do alívio de sua angústia, na medida em que propõe ao jovem alguma ordenação a partir de um ethos (lugar) de grande sintonia às produções multiculturais, onde expressões musicais, dramáticas e corporais (danças) se apresentam como práticas externalizadas de um trabalho de elaboração que se processa internamente, relaxando a pressão implícita sobre seu modo futuro de ser adulto, ao que deve responder. É este estado de “pertencimento”, diríamos, que conflui suas inconformidades e agressividades nas artes e expressões corporais, que entendemos como um período de latência ritualizado para a reorganização de suas perspectivas futuras quanto ao modo de ser adulto.

A memória como estratégia poética na Literatura Negra Brasileira.

O trabalho apresenta uma reflexão acerca da memória da cultura negra brasileira a partir do projeto de tese “A Literatura Negra Brasileira lugar de memória: na obra de Geni Guimarães”, em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana, sob a orientação da Prof.ª Drª. Denise Barata, na linha de pesquisa - Estado e Política Pública.

Identidade negra e a construção de novas perspectivas por meio da educação.

Eixo 3. Este trabalho trata da Construção da Identidade negra a partir da escola, considerando as contribuições da lei 10.639/03 que alterou a LDB 9394/96 instituindo a obrigatoriedade do ensino de História da África e de Cultura afro-brasileira e africana em escolas públicas e privadas de todo o país. A pesquisa em andamento tem como proposta, levantar experiências bem sucedidas de implantação da lei, isto é, escolas que tenham incorporado em sua prática pedagógica estratégias de combate ao racismo e à discriminação.

Religiosidade afrobrasileira e Lei 10.639/03: algumas considerações.

Este artigo surge como proposta de trazer para a discussão a relação entre alguns elementos que, ao longo da história, têm vivido em constantes desencontros: a escola, com seus saberes formalizados, e as religiosidades de matriz africana, herdadas do longo processo diaspórico vivenciado entre o Brasil e diversas localidades em África. Mesmo sem reconhecer os saberes e fazeres herdados dos negros e negras, a escola, como uma instituição pública, tem recebido, dentre tantos, sujeitos com outras demandas que não aquelas legitimadas pelo currículo e práticas escolares. Como a escola os têm recebido? Mesmo com o aparato da instituição da Lei 10.639/93, juntamente ao parecer CNE/CP 03/2004 e a resolução CNE/CP 01/2004, vemos, ainda, constantes tentativas de silenciamento de qualquer rastro que advenha ou faça alusão à religiosidade de base africana. Para traçar algumas considerações acerca do assunto, trago algumas falas de mães-de-santo da cidade de Nova Iguaçu em conversa anterior para meu trabalho de conclusão da especialização em Diversidade Étnica e Educação Superior Brasileira, cursado na UFRRJ, cujo título foi A Mulher e a religião afrobrasileira: frentes de engajamento socio-cultural. Em meio às conversas com estas mães-de-santo da cidade de Nova Iguaçu, cidade com potente universo de casas de culto aos Orixás, vez ou outra surgiram questões sobre educação. Seja a educação formalizada ou mesmo a que se dá em outros espaços que não a escola, estas mulheres com quem conversei demonstraram preocupações, anseios e vivências relativas a este campo.

A presença da cultura quilombola e da história da África em currículos escolares da educação básica brasileira. 

A formação de quilombos está entre as principais formas de resistência escrava elaboradas por africanas, africanos e seus descendentes ao sistema escravista brasileiro. Constituem‐se exemplos de grupamentos ou sociedades detentoras de fortes vínculos com tradições africanas e podem sem compreendidos, também, como territórios coletivos de liberdade e de projetos políticos por uma maior autonomia.

História da educação das populações de origem africana no pós‐abolição em Florianópolis – SC (1888 – 1930).

O trabalho propõe‐se a apresentar um levantamento de pesquisa sobre a história da escolarização das populações de origem africana e afrodescendentes no pós‐abolição, em Florianópolis, Santa Catarina, no período compreendido entre 1888 a 1930.

Imagens e imaginário nas representações de estereótipos étnicos de crianças escolarizadas.

Nesta pesquisa discuto os estereótipos étnicos2 . Os estereótipos étnicos não vinculados à narrativa dos adultos, mas sim à narrativa das crianças. Tento observar mais de perto como as crianças fazem representações sociais dos negros e como compartilham suas crenças e valores a partir dos estereótipos étnicos. Estudos realizados no Brasil mostram que os estereótipos3 são os mais recorrentes em relação à representação sobre o negro em nossa sociedade. Por este motivo cabe, primeiramente, nesta pesquisa, perguntar sobre os estereótipos, sobre seus significados e representações na sociedade brasileira.

De griôs à capoeira: uma breve análise do livro história e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil.

Este estudo que está sendo apresentado sintoniza-se com as pesquisas que têm apresentado a infância como uma construção social, destacando-se as crianças como atores ativos de direitos sociais.

O negro nos livros didáticos de história dos anos iniciais do ensino fundamental após a Lei 10.639/03.

O presente texto apresenta parte da pesquisa que investiga como o negro é retratado nos livros didáticos de História dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental adotados nas escolas da rede municipal de Ladário-MS após a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira estabelecidas na Lei 10.639/03. Aborda-se o percurso histórico do livro didático no Brasil e a proposta do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). As análises preliminares apontam que os livros didáticos adotados, apesar de aprovados pelo PNLD, não estão de acordo com a proposta do edital de seleção, pois retratam os negros apenas como pessoas que vieram para o Brasil como escravas e que trouxeram com elas comidas, danças típicas e palavras de mesma origem. O negro não é representado em nenhum outro contexto de trabalho a não ser o trabalho escravo. Busca-se com esse estudo apontar não apenas o fato de que os negros não têm suas imagens valorizadas nos livros didáticos, mas despontar as várias tensões que permeiam esta ocorrência.
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