Na sociedade heterogênea, globalizada e cada vez mais exigente, combater o analfabetismo e fortalecer a Educação de Jovens e Adultos - EJA -, além de saldar uma dívida social, econômica e histórica com quem não teve direito ao acesso e permanência à educação durante a infância e juventude, constitui-se um dever do Estado.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) vivencia intensas mudanças nos últimos tempos, não somente em relação às práticas desenvolvidas na escola, e na pretensão de se buscar respostas aos anseios manifestados pela sociedade, quanto aos aspectos de sua identidade, seu território, seus sujeitos e conceitos que, orientados por essas práticas, reorganizam, ampliam e produzem novos sentidos.
O PROEJA, implantado inicialmente em 14 de junho de 2005 como Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA e posteriormente substituído por uma nova edição, por meio do Decreto n° 5.840, de 13 de julho de 2006, recebendo uma nova nomenclatura, Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA, estendendo sua ação a toda educação básica e não mais somente.
O trabalho traz uma reflexão acerca dos cursos técnicos de nível médio integrados ao ensino médio na modalidade educação de jovens e adultos (EJA), ofertados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), no âmbito do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA).
O reconhecimento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), enquanto um campo educacional comprometido com o desenvolvimento social e intelectual dos sujeitos que não tiveram acesso ou não complementaram a sua escolarização, por razões históricas e sociais, deve ter como princípio o reconhecimento das especificidades dos sujeitos que ocupam esse espaço educacional, que pode constituir-se como um mecanismo de rompimento do fatalismo descrito no parágrafo anterior.
Este trabalho apresenta reflexões sobre memórias de práticas pedagógicas na educação de jovens e adultos, em relação com a filosofia da educação continuada e do aprender por toda a vida — recomendadas pela VI CONFINTEA (2009). Tem, por objetivos: a) identificar, nos relatos de profissionais do ensino – professores, coordenadores e gestores –, memórias híbridas, entendidas como entrecruzamento de fronteiras (DUSSEL, 2002) que denotem reflexões e indícios do direito à educação continuada; b) e compreender como as práticas vivenciadas colaboram na construção de sentidos, frente ao contexto de formação que se desenha na atualidade.