A obra faz parte da Coleção Retratos do Brasil, vol.110. O livro aborda “sobre o Governo de João Goulart e as lutas de classes no Brasil como ponto de partida [...] As controvérsias e divergências eram, são e serão muitas. Por isto, diante delas, tomei sempre como critério, para estabelecer a verdade, a coincidência de dois ou mais depoimentos sobre o mesmo fato, buscando fixá-lo, não estaticamente, mas em seu desenvolvimento “[...] preocupou-me mostrar a direção dos fatos, interpretá-los em seu movimento histórico, em suas dimensões econômicas, sociais e políticas, segundo o método dialético que orienta o meu conhecimento da realidade”. (palavras do autor).
A obra é composta por documentações como “jornais, revistas, relatórios oficiais ou de origem particular [...] em sucessivas oportunidades, foi gravando impressões, críticas, sugestões, apelos. [...] parte substancial deste livro, Miguel Arraes acrescentou um texto intitulado: Atualidade sócio-política e uma Carta de Argel/ Paris, datada de 27 de julho deste ano [1979].
O Livro conta a história da Ação Popular, criada três anos antes do Golpe militar, em 1971 por setores progressistas ligados à Igreja Católica. O autor ao escrever o Movimento busca não apenas resgatar uma experiência, mas mostrar que os problemas vividos na AP em suas lutas ideológicas têm atualidades no Brasil de hoje. O autor faz um relato que debate os principais problemas ideológicos com que se defrontou a esquerda brasileira de 1961 a 1972.
A obra relata o olhar de um amigo, já nas primeiras páginas introdutórias o autor descreve: “As páginas que se seguem e que, com ternura e amizade, dedico à memória do Presidente João Goulart, não têm a pretensão de ser a biografia do ilustre homem público, muito menos a análise minuciosa e interpretativa da época tão turbulenta em que, juntos, vivemos momentos decisivos da nossa História. Trata-se, simplesmente, de um depoimento de ordem pessoal e pretende, apenas, registrar aqueles dias, quando me foi permitido conhecer de perto não apenas o Presidente João Goulart, mas também o homem João Goulart; e, igualmente, o estancieiro Jango. Aos poucos, a História – e disso ela é mais capaz do que qualquer um de nós – vai traçando o perfil exato de um homem simples, humilde, honrado, cujo ideário político, que tanto lhe custou em sacrifícios, e até mesmo lhe tirou a vida, se resumia em querer dar ao povo brasileiro, através de sérias reformas numa sociedade imobilista e tomada pelo egoísmo, melhores condições de vida”. Palavras introdutórias.
“É o registro histórico abrangendo os doze dias de agosto de 1961, em que o Governador de Goiás, Tenente- Coronel Mauro Borges Teixeira e o Governador do Rio Grande do Sul, engenheiro Leonel de Moura Brizola encabeçaram o movimento cuja finalidade era garantir a posse do Sr. João Goulart na Presidência da República como legítimo sucessor constitucional do Sr. Jânio Quadros àquele mandato. Trata-se de uma publicação que ordena cronologicamente os eventos[...] por meio de registros oficiais indiscutíveis, como são as proclamações, as cartas, ofícios, noticiário de imprensa, depoimentos de pessoas direta ou indiretamente envolvidas no episódio”.( palavras de Bernardo Elis)
A obra “narra a formação do povoado de Santa Rita e a sequência de acontecimentos de motivação amorosa e política que quebram a rotina do vilarejo, [...] retrata com fidelidade o universo sertanejo: tipos humanos, costumes, crenças, ecologia [...] estruturado em capítulos curtos [...] personagens expressivos, retirados do povo e do meio rural; equilíbrio entre a seriedade dos dramas sociais e humanos”.
O autor aborda no livro o contexto amplo e complexo que vai de 1950 até meados da década de 1960, tratando dos problemas das relações entre a Igreja e a questão agrária no Brasil, do projeto da reforma agrária que a CNBB e a Arquidiocese tentaram realizar com auxilio do Governo Federal. O autor busca fazer uma confrontação da Igreja Católica frente a questão agrária, abordando três ângulos fundamentais: O conceito de reforma agrária apresentado pela Igreja; as ações políticas e sociais da Igreja; e a experiência de reforma agrária na fazenda Conceição.
A autora busca desvendar os movimentos sociais no campo, dando ênfase aos mediados pela Teologia da Libertação, analisando a relação entre religiosidade e política, enfatizando os difíceis trajetos da luta pela terra no Brasil e Peru, os conflitos entre o latifúndio, a guerrilha, a ação libertária das pastorais da terra e o domínio narcotráfico no controle da Amazônia.
A obra narra a Guerrilha do Araguaia, confronto ocorrido no norte de Goiás e no sul do Pará, entre 1972 e 1975, ainda pouco divulgado pelos meios oficiais do país. O autor desenha a crise brasileira após a renúncia presidencial, analisa os dilemas da esquerda e, finalmente, a opção pela luta armada como forma de tomar o poder. Em linguagem direta e acessível, descreve a região, a população, os preparativos da operação de guerra, a chegada dos militares, as campanhas e, ao final, avalia o resultado de toda a ação e repressão.
O livro compõem três estudos sobre o coronelismo em Goiás. “ Gracy Tadeu da Silva Ferreira ... faz uma importante busca e observação sobre o coronelismo, chegando a um resgate numa perspectiva nacional e regional. Maria Lúcia Fonseca , autora de Coronelismo e cotidiano- Morrinhos (1889-1930), busca enfocar o município de Morrinhos [...] onde emergiu um dos principais grupos políticos do interior goiano na Primeira República.[...] Miriam Bianca do Amaral Ribeiro ... analisa a história do mais importante grupo no poder durante toda a Primeira República... considera a permanência política dos Caiados no poder, através de todo o processo histórico goiano... através dos anos, seus aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais, trajetória em que se percebem um razoável grau de cosmopolitismo e algumas tradições culturais europeias.