O texto analisa imagens produzidas por estudantes trabalhadores da Educação de Jovens e Adultos, em aulas de artes visuais. O embasamento teórico constitui-se com noções conceituais mais democráticas para arte (SHUSTERMAN, 1998) e noções formais para análise de imagens (OSTROWER, 1983; FOCILLON, 2012), bem como seus espaços virtuais, de potência e de não saber (DIDI-HUBERMAN, 2005; 2010). Embasa-se em noções de práxis docente investigativa visando transformações sociais e o trabalho como princípio educativo (FREIRE, 1996; GRAMSCI, 1982). Considerando a crise dos paradigmas dos métodos da ciência moderna, como o demonstrado também por Japiassu (1978), de uma forma geral busco orientar minhas investigações em princípios de uma epistemologia transdisciplinar, considerando a razão aberta e o valor das artes para a criação de conhecimentos científicos (MORIN, 2000).
Essa investigação apresenta o caminho que está sendo trilhado para a construção de uma pesquisa-ação existencial radical com os professores e estudantes que trabalham na Educação de Jovens e Adultos do Centro de Ensino Médio 03 de Ceilândia-DF. Os alicerces dessa pesquisa têm como referência as experiências pessoais e profissionais das pesquisadoras, bem como os alicerces práxicos elaborados por Barbier (1997). O principal instrumento de coleta de dados é o Diário de Itinerância das pesquisadoras que, semanalmente, estão presentes nas coordenações pedagógicas da escola. Percebe-se pela análise dos registros que há no campo de investigação certezas e incertezas, medos e alegrias. É nesse movimento da realidade que as pesquisadoras se colocam e, a partir desse enfrentamento, vão abrindo caminhos para uma escuta sensível e coletiva da pesquisa.