A formação continuada a ser oferecida no espaço escolar recai, em grande parte, ao coordenador pedagógico como integrante da gestão escolar. Nesse texto destaca-se a necessidade da interdisciplinaridade como articuladora desse processo, especialmente na elaboração e execução do projeto pedagógico da escola de tempo integral e a própria formação continuada dos que dele participam. Como ponto de partida tomou-se a teoria subjacente à interdisciplinaridade, à formação contínua e à gestão pedagógica face à coordenação. A interdisciplinaridade aparece como diretriz e base no processo quando conduz a atitude de parceria, diálogo, autoconhecimento e humildade. A coordenação deve se apropriar dessas diretrizes para mediar a formação no contexto escolar par e passo com o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem a ser oferecido pelos docentes visando a qualidade da educação.
O objetivo deste texto é refletir sobre a função do coordenador pedagógico enquanto organizador e coordenador do projeto de formação continuada “Sala de Educador,” desenvolvido nas escolas públicas pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (SEDUC). Para fundamentar essa reflexão foram utilizadas publicações oficiais, textos de autores sobre a temática e foram realizadas entrevistas com coordenadores pedagógicos. Após realização desta pesquisa qualitativa, foi possível concluir que o projeto Sala do Educador tem sido objeto de questionamentos e resistência por parte dos professores, pois para muitos, a atividade de formação se resume no cumprimento de uma etapa burocrática da educação do Estado, para outros, a formação proposta não responde aos anseios da comunidade escolar, desta forma verifica-se a necessidade de ressignificar a formação continuada em Mato Grosso.
Essa investigação apresenta o caminho que está sendo trilhado para a construção de uma pesquisa-ação existencial radical com os professores e estudantes que trabalham na Educação de Jovens e Adultos do Centro de Ensino Médio 03 de Ceilândia-DF. Os alicerces dessa pesquisa têm como referência as experiências pessoais e profissionais das pesquisadoras, bem como os alicerces práxicos elaborados por Barbier (1997). O principal instrumento de coleta de dados é o Diário de Itinerância das pesquisadoras que, semanalmente, estão presentes nas coordenações pedagógicas da escola. Percebe-se pela análise dos registros que há no campo de investigação certezas e incertezas, medos e alegrias. É nesse movimento da realidade que as pesquisadoras se colocam e, a partir desse enfrentamento, vão abrindo caminhos para uma escuta sensível e coletiva da pesquisa.