A Educação do campo constitui-se num paradigma de educação que comporta uma teoria e uma pedagogia embasada em princípios filosóficos, sociológicos, políticos e pedagógicos que se ancoram, na Educação Popular inspirada em Paulo Freire, nos pensadores da educação socialista ena chamada pedagogia do movimento.
O presente ensaio pretende caracterizar algumas práticas educativas da educação infantil na perspectiva das reivindicações por uma educação do campo no Estado de Sergipe. Os resultados aqui apresentados compõem o processo inicial do projeto de pesquisa apresentado e aprovado ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Sergipe.
A política educacional brasileira é marcada por diversos conflitos e interesses, dentre vários os econômicos, que determinam a história e a construção de uma pratica educacional pública a quém dos interesses das classes dominadas mas sim pensada e construída de acordo com os interesses do Capital. Nesse molde a educação brasileira foi gestada e marcada por uma política que em primeiro lugar coloca o interesse de uma minoria em detrimento de uma maioria, assim, caracterizando a construção de artifícios educacionais que hoje apresenta a educação como descentralizada e guiada alheia aos interesses das classes sociais.
As pesquisas sobre Educação Infantil do Campo exigem um estudo cuidadoso sobre a Educação do Campo, Educação Infantil, assim como do significado gerado do encontro entre estas duas expressões. No nosso caso, tivemos por propósito de pesquisar esse segmento, com o foco no formato do seu oferecimento em dois municípios da Bahia: Vitória da Conquista e Ilhéus.
Este trabalho de pesquisa nasceu a partir de levantamentos no trabalho de campo na Secretaria Municipal de Educação de Abaetetuba com a criação da Coordenação de Educação do campo em meados de 2010 da qual iniciou uma série de questionamentos preliminares das realidades das escolas do campo nos anos de 2011 e 2012.
E a escola que nasce nessa realidade não escapa de viver as particularidades desse cotidiano,na medida emque constrói,a partir daí, um jeito diferente de se fazer educação, materializando-se naquilo que, para Souza (2005),constitui-se no “Currículo das águas”.