Este trabalho analisa proposições de diálogos interculturais no currículo curso de Pedagogia, acordo Brasil-Japão, dando centralidade às disciplinas relativas à área das ciências naturais. O referido curso foi ofertado para brasileiros (decasséguis) que estavam atuando como docentes no Japão. Partiu-se do entendimento de que se o Projeto Pedagógico do referido curso assumiu a diversidade como princípio dinamizador do currículo, sua configuração deve expressar proposições interculturais. As análises indicam movimentos na perspectiva de diálogos entre ocidente e oriente, porém, com predomínio da visão ocidental da ciência.
Para entendermos as relações das reformas curriculares no Brasil, em finais do século XX, década de 1990, objetivadas em uma política de escola, pautada na regulação do conhecimento distribuído, tomamos os documentos curriculares nacionais, isto é, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental e os Referenciais Nacionais Curriculares para a Educação Infantil, como territórios de análise. A eleição dos documentos curriculares citados, objetiva buscar as expressões de reestruturação das escolas e de inovação estratégica de distribuição de conhecimentos. Tal objetivo está ancorado na hipótese de que essas expressões são formas neoliberais, neoconservadoras e neogerenciais, disciplinadas pelo mercado e pelo capital, que atuam diretamente no processo de seleção e distribuição de conhecimentos em uma espécie de solidariedade social e democracia ativa.
Nesta pesquisa discutimos concepções de currículo entre acadêmicos do primeiro e sexto semestre do curso de Pedagogia em uma IES privada de Cuiabá-MT. A relevância da pesquisa está em destacar a importância da formação de professores na ressignificação de concepções. Adotamos a abordagem qualitativa e como forma de coleta de dados o survey. Os resultados apontaram três situações: uma concebe o currículo como grade, matéria/disciplina a ser transmitida pelo professor ao aluno; outra, o entende semelhante ao currículo vitae; a terceira mescla o tradicional e o crítico. A análise indica que a formação interferiu na concepção dos concluintes, uma vez que estes apresentam maior profundidade e amplitude no significado de currículo. Indica ainda, a necessidade de formação pautada nos significados de classe, gênero, raça, etnia, sexualidade e identidades, implicados nas relações de poder.
A pesquisa objetiva compreender como na política de ciclos da rede estadual de ensino de Mato Grosso os professores recontextualizam o currículo de ciências naturais no 2º ciclo. A abordagem metodológica é qualitativa interpretativa, com abordagem no ciclo de políticas formulado por Ball e colaboradores (BOWE et al. 1992, BALL, 1994). Na escola estudada, os documentos expressam o modo como se processa a recontextualização, apresentando fragmentos reconstruídos no contexto da prática, mesclagem entre múltiplas concepções de ciclo e concepção de currículo, indicando que há conflito na concepção de planejamento de ensino no 2º ciclo e há discursos divergentes nos fundamentos da proposta de avaliação no 2º Ciclo. O modo como as professoras estruturam suas aulas indicam que na prática curricular da escola ocorre recontextualização da política curricular no 2º ciclo.
O presente trabalho apresenta uma discussão acerca dos dilemas atuais em torno da constituição dos currículos escolares, compreendo a relevância do mesmo exatamente por ser considerado fundamental no processo de construção de uma escola pública de qualidade e expressão de direitos sociais.
Essa pesquisa tem como proposta realizar uma releitura da abordagem da Lei n. 10.639/03, utilizamos como caminhos metodológicos, entrevistas com profissionais que estão ligados ao contexto educacional e que experenciam cotidianamente as possibilidades, iniciativas e entraves da aplicabilidade da referida lei. Objetivamos entender como a lei n.10.639/03 se articula ao currículo escolar, bem como a compreensão de educadores (as) da Educação Infantil sobre a relevância da abordagem da temática étnico-racial no processo ensino-aprendizagem, destacamos a fala de uma educadora em especial por apresentar suas opiniões e concepções sobre o processo de implementação, bem como, apontar caminhos para a realização de um trabalho significativo em relação à educação para as relações étnico-raciais.
O presente trabalho apresenta resultado de pesquisa sobre a disciplina Ensino Religioso no currículo das escolas públicas brasileiras, em particular a goiana. Adotou-se para análise a perspectiva sócio-histórica de currículo e de disciplina escolar, compreendidos como ferramentas políticas e socioculturais. Parte da compreensão de que a produção brasileira sobre história das disciplinas vem estabelecendo diálogos com a Sociologia do Currículo e a História da Educação, e intenta transitar pelos caminhos teóricos produzidos nesses dois campos, com interesse nas relações de poder que informam os processos de escolarização. O texto focaliza inicialmente o que é currículo e como as disciplinas escolares são constituídas. Na sequência, apresenta uma análise da história do Ensino Religioso no currículo das escolas brasileiras e, conclui-se com uma exposição acerca de sua configuração em Goiás.
Este texto apresenta algumas análises, ainda em produção para dissertação de mestrado, que incorrem em estudos acerca das complexidades social, epistemológica e ideológica presentes nas estratégias oficiais para a distribuição de conhecimento, organizadas em documentos curriculares, a saber: nacional (1997, 1998a) e; locais (2008 e 2012), estes últimos produzidos por uma rede de ensino de um estado-membro. Nos limites aqui impostos essas análises estão delineadas pelas técnicas da pesquisa bibliográfico-documental. Tal exercício está orientado pela hipótese de que esses documentos, introduzidos pelas reformas educacionais dos anos 1990, são expressões do neoliberalismo educativo na modificação do currículo ao serviço do mercado.
Esse texto apresenta algumas análises, ainda em desenvolvimento para a escrita de tese de doutoramento, organizadas em torno da percepção dos campos educativo e artístico como instâncias promotoras da elaboração cultural do gosto. Analisarei as transformações do sentido da arte no processo educativo e como a arte se expressa nos documentos curriculares oficiais, tendo como fontes documentais os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte para o Ensino Fundamental (1997,1998). Analisarei a orientação escolar das propostas educativas de espaços culturais, neste caso, produzidas para a 7ª edição da Bienal do Mercosul (2009), para a 29ª edição da Bienal de São Paulo (2010) e do Instituto Cultural Inhotim (2008). Apresentarei algumas reflexões sobre como se concretiza a mediação de conhecimentos na interpretação dos discursos da arte através das proposições desses documentos.
Este trabalho apresenta parte de pesquisa concluída, que estudou a justiça curricular delineada na relação currículo, educação e justiça, investigada nos aportes da sociologia da educação e da ciência política e jurídica, no contexto de um novo contrato educativo, reinventado em finais do século XX, para atender às demandas da escola para todos. A metodologia desta investigação, nos limites aqui impostos, ancorou-se no método do estudo comparado ao apresentarmos um recorte de análise desenvolvida nos documentos curriculares locais. Pressupomos que a noção de democracia, a depender de sua configuração nos documentos curriculares, permite interpretações das possibilidades, ou não, de que opere uma ideia de justiça curricular.