Este trabalho tem como objetivo contextualizar o mundo contemporâneo, utilizando conceitos do sociólogo Bauman, para entender a “modernidade líquida” e as “vidas desperdiçadas”, como pano de fundo no entendimento da população atendida pelo projeto “Lyra Bragança” e as mudanças provocadas por esta ação social no cotidiano escolar dos participantes.
A partir de Peter Gay, o presente estudo analisa a tese de Freud sobre o avanço da repressão na história da humanidade. Busca-se compreender a seguinte questão: quais repressões específicas e determinantes ocorreram na modernidade que aguçaram o processo repressivo e qual é a sua relação com a constituição do indivíduo moderno? O trabalho desenvolve uma compreensão da relação indivíduo e sociedade e expõe alguns elementos que revelam esse avanço nesse período, destacando-se as grandes transformações sociais acompanhadas pela crescente individualização e incapacidade de reconhecimento na coletividade. Nota-se a força da repressão afetando a sexualidade, a “obsolescência” de processos educativos não repressivos da imaginação livre; o que permite refletir sobre o sentido das instituições existentes (família, escola, trabalho) e sobre o processo de socialização na constituição humana.