Eixo 3. Este texto é resultado de uma investigação cujo objetivo principal foi compreender como é realizado o trabalho pedagógico sobre a temática da diversidade étnico-racial em duas escolas privadas confessionais do município de Belo Horizonte, ou mais especificamente, como a Lei nº 10.639/03 está sendo incorporada nas práticas educativas dessas instituições.
Pensar na discussão do multiculturalismo é adentrar o território das diferenças, nas quais os princípios norteadores resultam das incessantes lutas dos marginalizados pelo direito à cidadania, especialmente os movimentos negros, ou seja, advém das reivindicações e vivências dos sujeitos que sentiram na pele o triste sabor do preconceito e da discriminação bojo das sociedades das quais fazem parte.
O conhecimento sobre a Amazônia e a inquietação sobre seus aspectos sociais ganham mais visibilidade na pesquisa, contribuindo também para a formação dos educadores, incitando a busca por conhecimento acerca das práticas vivenciadas tanto na comunidade, quanto na escola, visando desencadear uma proposta pedagógica na qual se considere o multiculturalismo nas escolas amazônicas.
Este trabalho discute a concepção do ensino de Arte nas escolas públicas no Brasil, com ênfase no multiculturalismo e sua potencialidade provocativa ao diálogo, à compreensão cultural das diferenças e à alteridade. Para isso, ponderamos as publicações oficiais que trataram do ensino da área: LDBs de 1971 e de 1996; PCN –Arte e PCN em Ação. A fim de analisarmos as publicações, recorremos a autores do campo da Arte: Barbosa (1998; 2003), Coli (1995), Ferraz e Fusari (1999); do multiculturalismo: Gonçalves e Silva (2000), Paraskeva (2006); e da hermenêutica filosófica: Gadamer (2000). O resultado deste estudo mostra que, no ambiente do ensino público, a Arte é concebida como possibilidade de abertura ao multiculturalismo e ao diálogo intercultural, por meio das estratégias de ensino enunciadas no PCN-Arte.