O livro apresenta um conjunto de textos redigidos no decorrer de quase dez anos de pesquisa, os quais abordam a questão do analfabetismo e a renovação pedagógica que uma atuação crítica da alfabetização provocou na América Latina.
O autor relata sobre a campanha “De Pé No Chão Também se Aprende a Ler” realizada em Natal, Rio Grande do Norte, região considerada como uma das mais pobres no Brasil. A campanha foi realizada buscando erradicar o analfabetismo nessa região, com parcos recursos, em escolas de chão de barro batido e cobertas com palhas de coqueiro, onde se pôs em prática uma política de educação popular.
Trata-se de uma tese de doutorado com o objetivo de discutir as relações do campo da filosofia da educação e da pedagogia, traçando um inventário desta área de atuação educacional, suas práticas e as políticas por ela formuladas. O autor aponta concepções recorrentes sobre o que é ler, escrever, e os conceitos de analfabetismo e analfabeto, suas origens e a tradição histórica destas concepções, faz um apanhado histórico da educação de jovens e adultos, buscando compreender a trajetória de marginalidade desta área para formação social.
O autor faz uma discussão dos movimentos de cultura e cultura popular nascidos em 1960, destacando o diferencial qualitativo em relação as campanhas contra o analfabetismo realizadas desde os anos de 1940, segundo o autor o que faz esse diferencial é o compromisso assumido em favor das classes populares, urbanas e rurais. O foco do livro é o MEB – Movimento de Educação de Base, que expressa o deslocamento da igreja Católica em favor das classes populares, as propostas de educação de base iniciadas no MEB são bastante tradicionais inicialmente, mas após dois anos de existência o movimento dá um salto, redefinindo seus objetivos e reviu sua metodologia em função de uma nova opção ideológica.