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Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), sala 120. Campus Samambaia. Avenida Esperança, s/n, Campus UniversitárioGoiânia, Goiás
BR 74690- 900
Pesquisas de natureza musicológica que vêm sendo realizadas na Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde a década de 1980, resultando em algumas publicações sobre a música goiana, como por exemplo, "Música em Goiás" de Belkiss S. Carneiro de Mendonça (1981), "Modinha em Vila Boa de Goiás" de Maria Augusta Calado de S. Rodrigues (1982), "Memória Musical de Goiânia" de Braz Wilson Pompeu de Pina Filho (1994/2002), "A Música e o piano na sociedade goiana" 1805/1972 de Maria Helena Jayme Borges (1999). Na década de 2000, como resultado de cursos de doutoramento realizados por docentes da UFG no Brasil e no exterior, de pesquisas desenvolvidas por professores e discentes da graduação e da pós-graduação lato e stricto sensu, vários docentes da EMAC/UFG passaram a produzir de maneira mais sistemática trabalhos musicológicos referentes à cultura musical goiana e brasileira, com publicações em periódicos, em capítulos de livros, em anais de congresso, além da orientação de monografias e dissertações, direta ou indiretamente ligadas à musicologia.
No entanto, o patrimônio arquivístico musical e cênico-musical do Estado de Goiás, e mesmo do Brasil, encontra-se, quando muito, precariamente abrigado por particulares, o que dificulta, sobremaneira, não só a pesquisa, mas a difusão deste conhecimento e sua concretização em termos artísticos. Visando abrigar acervos, desenvolver pesquisas, propiciar capacitação na área do tratamento de manuscritos, partituras e suportes audiovisuais, além do trabalho de divulgação de documentos e produção de histórias da música e da cultura em Goiás e no Brasil, criamos na Escola de Música e Artes Cênicas da UFG, como Projeto de Extensão, Ensino e Pesquisas, o Laboratório de Musicologia Braz Wilson Pompeu de Pina Filho (LABMUS), o primeiro do gênero (e ainda o único) da região Centro Oeste e da região Norte, com foco no patrimônio musical de Goiás e no patrimônio arquivístico goiano localizado no LABMUS e em cidades que remontam ao ciclo do ouro, como Pirenópolis, Jaraguá, Itaberaí, Corumbá e Cidade de Goiás, dentre outras.
O primeiro acervo que chegou ao LABMUS - o Acervo EMAC/UFG - é dividido em três grandes coleções: uma contendo documentos do antigo Conservatório Goiano de Música e Conservatório de Música da UFG; outra formada por documentos do Instituto de Artes da UFG e a última englobando material disponível a partir da separação do Instituto de Artes em Faculdade de Artes Visuais e Escola de Música (1996) e material advindo da atual Escola de Música e Artes Cênicas, assim denominada depois que a Escola de Música criou, no ano de 2000, os cursos de Artes da Cena. Trata-se de um conjunto constituído por cerca de 1500 documentos desde manuscritos, partituras, discos, programas de concertos, dentre outros, que se encontrava provisoriamente, e precariamente, alojado da Biblioteca Central da UFG. Até o momento foi realizado a higienização dos vinis e sua gravação para mídia digital com vistas à disponibilização no site do LABMUS.
Outra aquisição do LABMUS foi o Acervo Jean Douliez, composto por 660 documentos, que também estava provisoriamente e precariamente alojado na Biblioteca Central da UFG. Jean Douliez foi um músico belga que veio pela primeira vez ao Brasil em 1924, e depois voltou na década de 1950 à serviço do governo belga. Participou da criação do Conservatório Goiano de Música, em 1955, e, depois da Criação da Universidade Federal de Goiás, tendo lecionado no Conservatório de Música da UFG. Ao voltar para a Bélgica, em 1970, doou à UFG grande parte de seu acervo pessoal, incluindo documentos da época da criação da UFG, partituras de músicas diversas, manuscritos, composições de sua autoria, como peças corais, sinfônicas, modinhas, e peças de ocasião, como, por exemplo, o Hino à UFG. Esse acervo encontra-se em processo de higienização, catalogação e digitalização, em uma parceria do LABMUS com o CIDARQ – Centro de Informação, Documentação e Arquivo da UFG. A primeira fase, já encerrada, tratou 264 documentos os quais encontra-se em processo de disponibilização nos sites do LABMUS e do CIDARQ. Neste trabalho, além de docentes/pesquisadores, tem-se a participação de discentes/pesquisadores de cursos de Graduação (Iniciação Científica, Monitoria e Monitoria Voluntária) e de discentes/pesquisadores do Curso de Mestrado em Música da UFG.
Em 2013, o LABMUS recebeu o Acervo Balthazar de Freitas, maestro e compositor já falecido de Jaraguá. O material foi doado pelas bisnetas do músico: as professoras Gyovana Carneiro, Ivana Carneiro e Dulce Pedrosa. Balthazar de Freitas foi um importante músico que viveu entre os anos de 1870 e 1936, em Jaraguá, no interior do Estado, onde trabalhou com o coro da Igreja e com a banda de música da cidade. O acervo possui mais de seiscentas obras (Séculos XVIII, XIX e início do século XX) divididas em quatro séries: música sacra, música instrumental, música impressa e outros documentos. Freitas não só produziu um grande número de manuscritos musicais, como foi também o herdeiro de um valioso acervo de obras copiadas e compostas por músicos de gerações anteriores. Este acervo já se encontra higienizado, devidamente acondicionado e quase todo digitalizado. No momento encontra-se em fase de catalogação (já tendo disponibilizado no site uma listagem de suas obras) e iniciando a digitalização das músicas impressas, em uma parceria do LABMUS com o CIDARQ – Centro de Informação, Documentação e Arquivo da UFG. Neste trabalho, além de docentes/pesquisadores, tem-se a participação de discentes/pesquisadores de cursos de Graduação (Monitoria Voluntária) e de discentes/ pesquisadores do Curso de Mestrado em Música da UFG.
Em 2016, a Ordem Dominicana doou ao LABMUS o Acervo do Colégio Santa Clara. Atualmente, encontra-se em fase de higienização e catalogação, trabalho a projetos de docente/pesquisador e discente/pesquisador do Mestrado em Música da EMAC/UFG.