Na sociedade heterogênea, globalizada e cada vez mais exigente, combater o analfabetismo e fortalecer a Educação de Jovens e Adultos - EJA -, além de saldar uma dívida social, econômica e histórica com quem não teve direito ao acesso e permanência à educação durante a infância e juventude, constitui-se um dever do Estado.
Perscrutar os caminhos da memória de sujeitos que vivem num território como a Amazônia marcado pela precariedade social, econômica e política, revela-nos, além do modo de vida, costumes e características do ser humano (homem) amazônico, ressentimentos acumulados no tempo e sofrimentos silenciados devido à falta de canais para que pudessem se exprimir publicamente.
Diante das lutas dos Movimentos Sociais Campesinos em prol de uma Formação Inicial que atendesse as especificidades da Educação escolarizada Campesina, pontuamos a necessidade de se compreender como se tem tratado no âmbito acadêmico, a discussão sobre o currículo da formação em Cursos de Licenciatura em Educação do Campo. Para tanto, partimos da ideia que o Campo, enquanto território é tecido de uma complexidade social, cultural, econômica, epistêmica e educacional e que historicamente os sujeitos campesinos foram silenciados.
Estas análises são resultados concluídos da pesquisa desenvolvida sobre a política de formação continuada do Programa Escola Ativa, em que se consideraram os impactos das referida política no trabalho docente no contexto das escolas multisseriadas no município de Concórdia do Pará na Amazônia Paraense.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) vivencia intensas mudanças nos últimos tempos, não somente em relação às práticas desenvolvidas na escola, e na pretensão de se buscar respostas aos anseios manifestados pela sociedade, quanto aos aspectos de sua identidade, seu território, seus sujeitos e conceitos que, orientados por essas práticas, reorganizam, ampliam e produzem novos sentidos.