O trabalho que se apresenta é resultado de pesquisa em andamento sobre a educação nos espaços de privação de liberdade e que está sendo desenvolvida em uma unidade da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado – APAC, na cidade de Viçosa – MG.
Eixo 4. Esta pesquisa tem o objetivo de compreender em que medida os princípios oriundos da Educação Popular estão presentes nas práticas dessa natureza desenvolvidas na atualidade. Verificar quais eram as propostas artísticas desenvolvidas a partir da década de sessenta pelos diversos Movimentos Socais e quais as suas contribuições para a educação no país. Pretende refletir acerca da relevância de possibilitar o envolvimento dos alunos jovens e adultos em atividades artísticas de diversas naturezas e refletir acerca da formação do educador de jovens e adultos, verificando em que medida estes educadores são apresentados à Educação Popular. Portanto, pretende-se analisar as possibilidades de diálogos na Educação de Jovens e Adultos, a partir das relações existentes entre professoraluno e das intervenções dos próprios sujeitos em seu processo de ensino-aprendizagem.
Eixo 4. As desigualdades educacionais contribuem para a reprodução das classes no Brasil. A juventude está no cerne dessa questão como um dos grupos mais atingidos por essa distribuição desigual. Partindo do princípio de que existem diferentes formas de se experimentar a juventude na contemporaneidade e que as classes sociais seriam um importante fator para se pensar as diferentes formas de transição para a vida adulta, este artigo objetiva discutir a questão da juventude e dos jovens no contexto da desigualdade. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa com jovens alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), no município de Mesquita (RJ), acerca de suas características e modos de vida. Os resultados obtidos indicam que há diferenças substanciais entre os coortes geracionais que compõem a juventude com relação a suas trajetórias escolares (jovem-adolescente de 15 a 17 anos, jovem-jovem de 18 a 24 anos e jovem-adulto, de 25 a 29 anos) no processo de transição para o mundo adulto, sendo o trabalho e a constituição de família os marcos fundantes na determinação das características dos grupos de gerações. Dessa forma, pensar a juventude nesse contexto pode contribuir para entender melhor quem é o novo público que ocupa massivamente os bancos escolares da EJA nos últimos anos e, ainda, tentar interpretar o impacto das políticas de correção de fluxo no plano concreto: na vida desses jovens.
Neste trabalho serão analisados dados parciais de uma pesquisa de mestrado, atualmente em fase de conclusão, que investiga as influências da participação no Programa Escola Integrada (PEI) sobre as vivências escolares ou não-escolares de jovens adolescentes pobres dele egressos. Serão apresentadas as percepções de jovens-adolescentes1 (entre 15 e 18 anos) de camada popular a respeito de sua participação no PEI, buscando evidenciar a sua constituição enquanto experiência na perspectiva de Bondía (2002). A partir disso, considerando-se que o Programa se desenvolve no âmbito da escola, será problematizado o seu potencial transformador no que tange à atribuição de sentido à escola para esses sujeitos. A investigação da qual deriva o presente trabalho apoiou-se, sobretudo, na metodologia da História Oral (Meihy e Holada, 2007) e nela, especificamente, a História Temática, cujo objeto de estudo é abordar apenas uma parte da vida do entrevistado – aquela que se relaciona com a temática estudada –, não a sua totalidade. Sob essa perspectiva, foram entrevistados dez egressos do PEI de uma escola localizada na periferia da cidade de Belo Horizonte, na região nordeste, fortemente caracterizada por desigualdades sociais2. Esses estudantes se inseriram no Programa por, no mínimo, dois anos, e concederam, em média, duas entrevistas cada. Três educadores também foram entrevistados.
Eixo 4. Este artigo busca compreender as posições assumidas pelos estudantes diante de uma atividade escolar de matemática, entendendo que tais posições se forjam numa atitude responsiva desses sujeitos em relação às práticas sociais de numeramento propostas pela escola. O texto destaca que o ensino de conhecimentos matemáticos envolve disposição e recursos para estabelecer, na interação pedagógica, espaço para o diálogo entre compreensões e posicionamentos. Nesse artigo, é analisado um evento de numeramento integrante dos dados referentes à pesquisa de mestrado por mim desenvolvida, a qual se filia à perspectiva teórica apresentada acima. Tal investigação procurou compreender os modos como alunos e alunas da EJA significam as práticas escolares letradas e numeradas.
Eixo 4. O artigo apresenta uma síntese teórica da educação profissional na Educação de Jovens e Adultos. O texto apresenta os desafios e potencialidades da integração dos cursos técnicos com a realidade dos sujeitos da EJA. Apesar de os documentos oficiais ressaltarem a necessidade de favorecer entre os alunos do EJA o aprendizado para a formação social e profissional, também está salientada a formação de pessoas críticas, com habilidade para analisar as demandas de um mundo heterogêneo em constantes mudanças, incluindo as competências profissionais. Entretanto, o que se nota, na prática, são sujeitos sem interesse na cultura geral, mas procurando somente uma certificação profissional, com a finalidade de conseguirem uma vaga no mundo do trabalho.
Nesse artigo, decorrente do Programa de Estudos Novas Faces da Pedagogia da Alternância na Educação do Campo, nosso propósito é caracterizar o Programa Projovem Campo em Minas Gerais e analisar as representações sociais sobre a Alternância construídas pelos (as) educadores (as) – coordenadoras e professores (as) do Programa.
O trabalho apresenta resultado de um estudo empírico que teve como objetivo atingir a discussão sobre as especificidades da formação do educador da Educação de Jovens e Adultos e recuperar, como anexo, um histórico brasileiro das iniciativas educacionais coloniais até os movimentos de educação e cultura popular.
Eixo 4. presente artigo tem como foco de análise a interface entre juventude e Educação de Jovens e Adultos (EJA), tendo como lócus de pesquisa as Escolas Municipais de Ensino Fundamental “Admardo Serafim de Oliveira” e Neusa Nunes Gomes”, espaços de pesquisa do Programa de Pesquisa em rede Observatório da Educação (OBEDUC) Edital Capes 049/2012. A EJA é uma conquista da sociedade brasileira; sua concepção como direito humano vem acontecendo de forma gradativa a partir da Constituição de 1988, em um processo de democratização, momento em que o poder público reconhece a demanda de jovens e adultos à escolarização fundamental (Haddad, 2007). A conquista maior, expressa nessa constituição, foi a declaração do ensino fundamental como direito público subjetivo (Fávero, 2011). O avanço nessa concepção de EJA como direito, significa para nós o reconhecimento da garantia do alcance por parte da população dos bens acumulados historicamente, e que a garantia do direito a educação passa pela elevação da escolaridade da população e pela luta contra o analfabetismo que ainda resiste no país. Na perspectiva do direito à educação, entendemos os estudantes que compõem as salas de aula de EJA como aqueles sujeitos que, além de excluídos da escola, possuem como trajetória escolar as idas e vindas para dentro desse espaço, e, além do que lhes foi negado, são sujeitos que, a partir de diferentes trajetórias, constituem-se como sujeitos históricos. Além do pertencimento às camadas populares, outros fatores contribuem na diversificação desse público: gênero, etnia, pertencimento a zonas urbanas ou rurais, serem pessoas com deficiências, orientação/identidade sexual, a diversidade religiosa, ou seja, uma composição de características que fazem com que os estudantes da EJA sejam reconhecidos nessa diversidade. Há ainda o histórico pessoal de cada um desses indivíduos, ou de cada grupo, nos contextos de suas lutas, suas formas de organização ou grupos de interesse.