A pesquisa em desenvolvimento tem por objetivo geral compreender as epistemologias que dão sustentação às práticas curriculares de professores em comunidades quilombolas no agreste central de Pernambuco. Está situado no campo das Epistemologias do Sul, termo utilizado pelo Sociólogo Português, Boaventura de Souza Santos para designar um conjunto de intervenções epistemológicas que denunciam a supressão dos saberes levada a cabo, ao longo dos últimos séculos, pela norma epistemológica dominante, valorizam os saberes que resistiram com êxito e as reflexões que estes têm produzido e investigam as condições de um diálogo horizontal entre conhecimentos.
A conquista do indígena brasileiro ao direito à escolarização remete à concretização de um desafio cotidiano, visto que, a concepção de escola deveria refletir o pensamento de cada etnia, os próprios processos de aprendizagem e de difusão do saber e o ensino da língua materna enquanto elemento identitário. Em outras palavras, essa reflexão poderia ser entendida como os pilares da resistência de cada povo.
A necessidade e urgência de desenvolver uma educação mais inclusiva se tornou imperativo nas escolas mundiais e brasileiras, isso porque, as reivindicações dos movimentos sociais relativo às pessoas com deficiência têm gritado com mais força, conclamando a sociedade a agir com mais igualdade.
Faz pouco mais de um ano que celebramos os dez anos de aprovação da Lei 10.639/2003 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). De um lado,a satisfação de, finalmente, ter-se aprovado uma Lei que reconhece a importância da cultura africana e afro-brasileira como estratégia imprescindível à construção e/ou fortalecimento da identidade do/a negro/a nas escolas. Por outro, deparamo-nos com a questão: a Lei está sendo efetivamente presente nos currículos escolares? Se sim, de que forma? Se não, quais as razões?
As políticas educacionais foram marcantes na história da educação brasileira, não só pela implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, mas, também, pelas reformas e políticas dela decorrentes, com destaque para o Ensino Médio que passou ser etapa final da Educação Básica.
De acordo com Costa e Andrade (2013), vários autores têm sustentado que, acoplada a objetivos sociais emergentes, uma variedade de pedagogias tem tomado corpo e entrado em funcionamento desde meados da segunda metade do século XX.
Este trabalho analisa proposições de diálogos interculturais no currículo curso de Pedagogia, acordo Brasil-Japão, dando centralidade às disciplinas relativas à área das ciências naturais. O referido curso foi ofertado para brasileiros (decasséguis) que estavam atuando como docentes no Japão. Partiu-se do entendimento de que se o Projeto Pedagógico do referido curso assumiu a diversidade como princípio dinamizador do currículo, sua configuração deve expressar proposições interculturais. As análises indicam movimentos na perspectiva de diálogos entre ocidente e oriente, porém, com predomínio da visão ocidental da ciência.
Para entendermos as relações das reformas curriculares no Brasil, em finais do século XX, década de 1990, objetivadas em uma política de escola, pautada na regulação do conhecimento distribuído, tomamos os documentos curriculares nacionais, isto é, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental e os Referenciais Nacionais Curriculares para a Educação Infantil, como territórios de análise. A eleição dos documentos curriculares citados, objetiva buscar as expressões de reestruturação das escolas e de inovação estratégica de distribuição de conhecimentos. Tal objetivo está ancorado na hipótese de que essas expressões são formas neoliberais, neoconservadoras e neogerenciais, disciplinadas pelo mercado e pelo capital, que atuam diretamente no processo de seleção e distribuição de conhecimentos em uma espécie de solidariedade social e democracia ativa.
Nesta pesquisa discutimos concepções de currículo entre acadêmicos do primeiro e sexto semestre do curso de Pedagogia em uma IES privada de Cuiabá-MT. A relevância da pesquisa está em destacar a importância da formação de professores na ressignificação de concepções. Adotamos a abordagem qualitativa e como forma de coleta de dados o survey. Os resultados apontaram três situações: uma concebe o currículo como grade, matéria/disciplina a ser transmitida pelo professor ao aluno; outra, o entende semelhante ao currículo vitae; a terceira mescla o tradicional e o crítico. A análise indica que a formação interferiu na concepção dos concluintes, uma vez que estes apresentam maior profundidade e amplitude no significado de currículo. Indica ainda, a necessidade de formação pautada nos significados de classe, gênero, raça, etnia, sexualidade e identidades, implicados nas relações de poder.
A pesquisa objetiva compreender como na política de ciclos da rede estadual de ensino de Mato Grosso os professores recontextualizam o currículo de ciências naturais no 2º ciclo. A abordagem metodológica é qualitativa interpretativa, com abordagem no ciclo de políticas formulado por Ball e colaboradores (BOWE et al. 1992, BALL, 1994). Na escola estudada, os documentos expressam o modo como se processa a recontextualização, apresentando fragmentos reconstruídos no contexto da prática, mesclagem entre múltiplas concepções de ciclo e concepção de currículo, indicando que há conflito na concepção de planejamento de ensino no 2º ciclo e há discursos divergentes nos fundamentos da proposta de avaliação no 2º Ciclo. O modo como as professoras estruturam suas aulas indicam que na prática curricular da escola ocorre recontextualização da política curricular no 2º ciclo.